A gravidez é um momento transformador na vida de uma mulher. Com todas as mudanças hormonais, físicas e circulatórias que ocorrem no corpo, é comum que algumas gestantes passem a notar o aparecimento de vasinhos ou veias dilatadas (varizes) mais evidentes. Diante desse desconforto, muitas mulheres se perguntam: escleroterapia em gestante é possível?
Esse questionamento é válido, afinal, a busca por bem-estar estético e alívio dos sintomas precisa estar em total sintonia com a segurança da mãe e do bebê. Hoje vamos abordar de forma clara e profissional as possibilidades, restrições e cuidados sobre o tema, sempre com base em evidências médicas e na experiência clínica de especialistas.
Por que surgem os vasinhos na gravidez?

Durante a gestação, o corpo da mulher aumenta significativamente o volume sanguíneo para suprir as necessidades do bebê. Além disso, os hormônios, especialmente a progesterona, causam uma maior dilatação das veias e diminuição do tônus vascular. Isso, somado à compressão da veia cava pelo útero em crescimento, leva ao acúmulo de sangue nas pernas, o que pode gerar inchaço, dor e aparecimento de varizes e vasinhos.
Esses sintomas costumam aparecer principalmente no segundo e terceiro trimestres da gestação e, em alguns casos, podem causar grande incômodo físico e emocional.
O que é escleroterapia?
Escleroterapia é um procedimento médico usado para tratar vasos sanguíneos dilatados ou danificados, como varizes e vasinhos. Consiste na aplicação de uma substância esclerosante, geralmente com uma agulha fina, dentro da veia afetada. Essa substância irrita a parede do vaso, levando ao seu fechamento e, posteriormente, à sua absorção pelo organismo.
Entenda mais a fundo sobre a Escleroterapia.
Afinal, escleroterapia em gestante é possível?
A escleroterapia é um tratamento muito eficaz no combate aos vasinhos. Ele consiste na aplicação de uma substância esclerosante diretamente na veia comprometida, promovendo o seu fechamento e reabsorção pelo organismo.
No entanto, quando falamos sobre escleroterapia em gestante ou o laser transdérmico, é fundamental considerar que esse tipo de tratamento não é recomendado durante a gravidez. Isso ocorre por dois motivos principais:
- Segurança fetal: não existem estudos científicos suficientes que comprovem a total segurança das substâncias esclerosantes para o bebê em desenvolvimento. Por precaução, a maioria das diretrizes médicas contraindica a prática durante a gestação.
- Instabilidade vascular na gravidez: o sistema venoso da gestante está em constante mudança. A aplicação realizada nesse período pode não ter o mesmo resultado esperado, uma vez que as veias podem se alterar novamente até o fim da gestação.
Portanto, mesmo que a paciente sinta desconforto com os vasinhos visíveis ou tenha uma questão estética, a recomendação geral é aguardar o término da gravidez e o período de amamentação para iniciar ou retomar a escleroterapia.
O que fazer no lugar da escleroterapia em gestante?
Em vez da escleroterapia em gestante, que geralmente não é recomendada durante a gravidez, existem diversas medidas que as gestantes podem adotar para aliviar os sintomas dos vasinhos e varizes:
Medidas Conservadoras e Preventivas:
- Uso de meias de compressão: Estas meias ajudam a melhorar a circulação sanguínea nas pernas, exercendo uma pressão gradual que facilita o retorno venoso. É importante escolher o tamanho e a compressão adequados, com orientação médica.
- Elevação das pernas: Elevar as pernas acima do nível do coração por alguns minutos, várias vezes ao dia, auxilia na drenagem do sangue e reduz o inchaço.
- Evitar ficar muito tempo em pé ou sentada: A movimentação regular das pernas e tornozelos ajuda a bombear o sangue e melhora a circulação. Se precisar ficar sentada por longos períodos, faça pausas para caminhar ou movimentar as pernas.
- Exercícios leves e regulares: Atividades como caminhadas, natação, hidroginástica e pilates (com adaptações para gestantes) podem melhorar a circulação sanguínea e fortalecer a musculatura das pernas. Sempre consulte seu médico antes de iniciar qualquer atividade física durante a gravidez.
- Controle do ganho de peso: O aumento excessivo de peso durante a gravidez pode aumentar a pressão sobre as veias das pernas, piorando as varizes. Manter uma dieta equilibrada e seguir as orientações médicas sobre o ganho de peso saudável é importante.
- Evitar roupas apertadas: Roupas justas, especialmente na região da virilha e pernas, podem dificultar a circulação sanguínea. Opte por roupas mais confortáveis e folgadas.
- Dormir do lado esquerdo: Essa posição ajuda a aliviar a pressão sobre a veia cava inferior, a principal veia que transporta o sangue das pernas para o coração.
- Massagens suaves: Massagens leves nas pernas, no sentido dos pés para as coxas, podem ajudar a melhorar a circulação e aliviar o desconforto.
- Hidratação adequada: Beber bastante água ajuda a manter o sangue mais fluido e facilita a circulação.
- Alimentação rica em fibras: Uma dieta rica em fibras pode ajudar a evitar a constipação, que pode aumentar a pressão nas veias da região pélvica e contribuir para o surgimento de varizes.
Importante: Todas essas medidas visam aliviar os sintomas e prevenir a piora das varizes durante a gravidez. Elas não eliminam os “vazinhos” já existentes. O tratamento definitivo como a escleroterapia ou o endolaser é realizado após o parto e o período de amamentação.
Essas medidas ajudam a preservar a saúde vascular da gestante até o momento adequado para uma abordagem mais definitiva, como a escleroterapia.
Quando a escleroterapia pode ser realizada após o parto?
O ideal é que a paciente aguarde o fim da amamentação para realizar a escleroterapia em gestante (ou melhor dizendo, agora puérpera). Isso porque durante a lactação, o organismo ainda está sob influência hormonal, o que pode afetar a resposta ao tratamento e, novamente, não há estudos que garantam a total segurança do procedimento nesse período.
Essa espera permite que o corpo da mulher se recupere das alterações hormonais e circulatórias da gravidez. Muitos dos “vazinhos” que surgem durante a gestação podem diminuir ou desaparecer espontaneamente nesse período.
Além disso, é recomendável aguardar o período de amamentação exclusiva para realizar a escleroterapia. Isso se deve à falta de estudos conclusivos sobre a segurança dos medicamentos esclerosantes para o bebê através do leite materno.
Em resumo, o momento ideal para realizar a escleroterapia após o parto é geralmente:
- Após o período de amamentação exclusiva.
- Pelo menos 3 a 6 meses após o parto
É sempre fundamental conversar com seu médico ou um especialista em saúde vascular para avaliar o seu caso individualmente e receber a orientação mais adequada sobre o momento ideal para realizar a escleroterapia após a gravidez e a amamentação.
Conclusão
A resposta à pergunta “escleroterapia em gestante é possível?” é clara: não é recomendada durante a gestação, tanto por falta de segurança comprovada quanto pela instabilidade do sistema venoso nesse período. A boa notícia é que os sintomas podem ser controlados com medidas simples e, após o parto e a amamentação exclusiva, o tratamento pode ser iniciado com total segurança e eficácia.
Cuidar da saúde vascular na gravidez é essencial para garantir conforto, bem-estar e qualidade de vida.
Se você está grávida ou no pós-parto e tem dúvidas sobre seus vasinhos, dores nas pernas ou quer entender quando poderá realizar o tratamento, conte com uma avaliação segura, individualizada e acolhedora.
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